A beleza dos dias comuns
- Alessandra Silveira Andrade

- 27 de abr.
- 1 min de leitura
Atualizado: 6 de mai.
Nos dias em que nada de extraordinário acontece, mora um tipo raro de beleza: aquela que não grita, mas sussurra.
É nos pequenos detalhes — no café recém-passado, no vento que embaraça o cabelo, no abraço que se repete, nas tarefas que parecem sempre iguais — que a vida se revela em sua forma mais genuína.
A beleza dos dias comuns é a poesia silenciosa que nos convida a perceber: estamos vivos, mesmo quando esquecemos de notar.
Na prática clínica, muitas vezes escuto relatos de vidas que parecem se perder em meio ao "tanto fazer", à ansiedade do "precisar ser mais".
E é nesse momento que convido: olhe para o agora com olhos de acolhimento.
Não é no próximo grande feito que a vida começa — é aqui, neste instante aparentemente banal, que ela já acontece.
A mente, quando treinada a habitar o presente, começa a encontrar sentido nos intervalos, no intervalo entre um compromisso e outro, no respiro entre um desafio e outro.
A vida real não é feita só de grandes acontecimentos.
Ela é bordada nos dias comuns.
E é nesse bordado silencioso que a verdadeira transformação acontece.
Hoje, talvez nada espetacular tenha acontecido.
Mas você respirou. Você caminhou. Você sentiu.
E isso, por si só, já é uma história bonita demais para ser ignorada.
Que a gente aprenda, juntos, a reconhecer a beleza que mora nas entrelinhas dos nossos dias.
Alessandra Andrade
Psicóloga Clínica - CRP 12/27539






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