Aceitar nossas limitações pode ser libertador
- Alessandra Silveira Andrade

- 30 de abr.
- 2 min de leitura
Vivemos tempos em que a excelência é vendida como obrigação.
Slogans nos dizem que devemos ser os melhores, superiores, acima da média. E, sem perceber, começamos a carregar esse peso.
A comparação se torna uma lente constante: sempre há alguém mais rápido, mais produtivo, mais inteligente — e isso vai esculpindo dentro de nós uma insatisfação silenciosa.
Mas e se eu te dissesse que estar na média não é um fracasso, mas uma forma funcional e saudável de existir?
Aceitar que eu não sou — e nem preciso ser — a melhor em tudo abre espaço para um movimento mais compassivo: o de reconhecer que todos nós estamos em desenvolvimento.
Alguns estão um passo à frente, outros um passo atrás — e isso é parte da dança da vida: não estamos prontos, estamos em processo. Sempre.
Na psicologia, especialmente nas abordagens que atuo (TCC e ACT), aprendemos que a rigidez da comparação excessiva está muitas vezes na raiz da ansiedade, da depressão e da desvalorização pessoal.
O caminho não é negar que diferenças existem — elas estão aí e sempre estarão — mas desenvolver uma flexibilidade psicológica que nos permita olhar para essas diferenças sem nos perder nelas.
Estar na média é um ato de humildade e maturidade. É reconhecer que sou suficiente, mesmo que ainda esteja aprendendo, crescendo, tropeçando.
É validar minhas pequenas vitórias sem o peso de ter que ser extraordinário a cada segundo.
É me lembrar, todos os dias, que estar em desenvolvimento é a condição mais real e humana que existe.
E você? Tem conseguido se permitir estar nesse processo?
Ou ainda se cobra por uma perfeição que talvez nunca venha?
Talvez seja hora de colocar essa lente da autocompaixão e se lembrar: você está exatamente onde precisa estar, em movimento, em construção, em desenvolvimento — e isso é mais do que suficiente.
Alessandra Andrade
Psicóloga Clínica - CRP 12/27539
@aleandrade.psi (instagram)






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