Quando bate a vontade de chorar...
- Alessandra Silveira Andrade

- 23 de abr.
- 2 min de leitura
Quando o peito aperta e as lágrimas ficam ali, quase caindo — mesmo quando o dia parece normal.
Tem dias em que a vontade de chorar chega sem avisar.
Ela não bate à porta. Só entra.
Às vezes, é ao acordar. Outras, no meio do banho.
Tem dias que ela vem no trânsito, no silêncio da cozinha, no final de uma conversa qualquer.
Chorar, ou querer chorar, não é sempre sinal de fraqueza.
Muitas vezes é só o corpo tentando respirar de dentro pra fora.
É como se a alma precisasse transbordar o que já não cabe mais.
Sentir vontade de chorar todo dia pode ser sinal de esgotamento. Pode ser um acúmulo de coisas não ditas, sentimentos engolidos, vontades adiadas.
Pode ser saudade de si. Pode ser cansaço de manter uma imagem.
Pode ser tudo isso misturado. E tudo isso é humano.
Às vezes, viver parece remar contra a maré com os braços cansados.
Você sabe que precisa continuar, mas tudo em você só quer parar.
E nesses dias... o simples fato de se levantar da cama já é um ato de coragem.
Mas o que fazer quando isso vira rotina? Quando parece que o choro mora ali, no canto do olho, o tempo todo?
Talvez, a saída não seja lutar contra isso.
Talvez, seja aprender a escutar esse choro — como quem escuta uma criança que só quer ser compreendida.
Aqui vão alguns lembretes para esses dias mais difíceis:
1. Não tente se apressar em se sentir bem.
Dê nome ao que sente, mesmo que seja confuso. Só de reconhecer já começa uma leve mudança.
2. Permita-se sentir, sem se afundar.
Você pode sentir tristeza e ainda assim fazer pequenas escolhas por você. Como se cuidar fosse uma forma de resistência.
3. Escolha um gesto de presença.
Pode ser um banho mais demorado, um chá quente, uma música que te abrace. Um pequeno ritual pra lembrar que você ainda está aqui.
4. Retome um fio de sentido.
Pergunte-se: O que me importa, apesar de tudo?
E então, mesmo que devagar, caminhe em direção a isso.
5. Seja gentil com o tempo.
Nem tudo precisa de solução imediata. Mas tudo precisa de espaço.
E se for preciso, chore.
Chorar não é fraqueza. Às vezes, é faxina.
Às vezes, é como a chuva: vem forte, molha tudo, mas depois... a terra respira aliviada.
Se você sente que está difícil demais, saiba: pedir ajuda é ato de cuidado. Você não precisa carregar tudo sozinho.
O mundo está cheio de dias cinzentos, mas dentro de você ainda mora um céu.
E mesmo quando o sol não aparece... ele continua lá, atrás das nuvens.






Comentários