Sentir é humano... até a raiva tem algo importante a dizer
- Alessandra Silveira Andrade

- 6 de mai.
- 2 min de leitura
Quantas vezes você já sentiu raiva e, imediatamente, tentou sufocá-la? Talvez com um sorriso forçado, talvez engolindo em seco, tentando convencer a si mesma de que "não é nada" ou que "não vale a pena se irritar". Mas e se eu te dissesse que, como toda emoção, a raiva não chega por acaso?
A raiva é uma das emoções mais mal interpretadas da nossa paleta emocional.
Ela costuma carregar um estigma: quem sente raiva é visto como descontrolado, agressivo, ou até "menos espiritualizado". Mas a verdade é que a raiva é uma emoção tão natural quanto a alegria, a tristeza ou o medo.
Ela nasce para nos proteger, para indicar que algum limite foi ultrapassado ou que algo importante precisa de nossa atenção.
O que a raiva está tentando te contar?
Que você foi desrespeitada ou ferida.
Que seus limites não estão sendo reconhecidos.
Que há uma injustiça acontecendo, com você ou com alguém que você valoriza.
Que existe um desejo ou necessidade não atendida pulsando dentro de você.
Ao ignorar ou reprimir a raiva, muitas vezes deixamos de ouvir essas mensagens.
E quando ela não encontra espaço para ser reconhecida e elaborada, tende a se transformar em ressentimento, amargura ou sintomas físicos como tensão muscular, dores de cabeça e até problemas gástricos.
Sentir não é o problema — o que fazemos com isso é que importa
Sentir raiva não faz de ninguém uma pessoa ruim. O que diferencia é como escolhemos expressá-la. Podemos transformar a raiva em diálogo assertivo, em ação para mudança, ou mesmo em um momento de introspecção para entender melhor nossos próprios limites.
Na terapia, aprendemos a criar um espaço seguro para a raiva existir sem que ela nos engula ou machuque os outros. Aprendemos a escutar sua mensagem sem medo e a responder de forma que nos fortaleça, ao invés de nos afastar das pessoas que amamos.
Um convite à reflexão
Na próxima vez que a raiva bater à porta, ao invés de trancar essa visita no quarto dos fundos, tente se sentar com ela por um instante. Pergunte-se: O que está doendo aqui? Que limite foi atravessado? Do que eu preciso agora?
Sentir é humano. Até a raiva — essa emoção tão mal compreendida — tem algo importante a dizer. E talvez, se escutarmos com gentileza, possamos descobrir caminhos mais saudáveis e verdadeiros para cuidar de nós mesmos.
Se esse texto fez sentido para você e quer aprofundar esse olhar sobre suas emoções, saiba que na terapia você encontra um espaço seguro para isso. 💛
Alessandra Andrade | Psicóloga Clínica | CRP 12/27539
(48) 99648-2612






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